Prezados leitores,
É com grande entusiasmo que vos saúdo e desejo um ano repleto de realizações. No início de cada ano, enfrentamos a correria habitual: definir metas, traçar objectivos, fazer planos e muito mais. Para alguns, este será o ano da casa própria, para outros, do novo “Jetour”, e assim sucessivamente.
Durante uma conversa entre colegas de trabalho, surgiu uma questão interessante: o passado importa? Para muitos, como eu, a resposta é sim! Para outros, mais pragmáticos, depende do contexto. E para si, importa?
Vamos analisar a questão sob diferentes perspectivas no contexto angolano.
1. A visão da Entidade Empregadora
No acto da contratação, a entidade empregadora tende a avaliar o passado do candidato. O seu histórico profissional, referências de antigos empregadores, estabilidade nos empregos anteriores e até possíveis conflitos são aspectos considerados. Em Angola, como em muitos outros países, o passado pode determinar a admissão ou continuidade no emprego.
Contudo, será justo que um erro do passado impeça alguém de ter uma segunda oportunidade? Empresas com uma mentalidade progressista preferem avaliar o potencial de crescimento do candidato, em vez de o julgar apenas pelo seu histórico. Mas até que ponto esse histórico é tolerado? Até ferir com os valores que a organização defende.
O passado do candidato também pode ser um factor determinante para uma empresa ao tomar decisões de recrutamento. Algumas organizações optam por não contratar profissionais que tenham um histórico de instabilidade laboral ou conflitos anteriores. No entanto, esta abordagem pode ser limitadora, pois cada caso deve ser analisado individualmente.
A experiência e a capacidade de adaptação devem ser valorizadas, e um erro passado não deve definir permanentemente a trajectória de um profissional.
3. A visão do Trabalhador
Assim como as empresas avaliam os trabalhadores, também os trabalhadores analisam as empresas antes de aceitar uma proposta de emprego. Empresas que não cumprem prazos de pagamento, falham no cumprimento das suas obrigações fiscais e outras contribuições obrigatórias por lei, ou possuem um histórico de conflitos laborais, acabam por afastar profissionais qualificados.
No contexto angolano, onde a estabilidade e a segurança no trabalho são aspectos cada vez mais valorizados, os trabalhadores procuram empresas que oferecem condições dignas e respeitam os seus direitos.
Os candidatos a emprego também avaliam a reputação da empresa antes de submeterem a sua candidatura. Uma organização que não honra compromissos ou tem má fama pode ter dificuldades em atrair talentos e/ou reter talentos.
A transparência e a credibilidade são essenciais para que uma empresa consiga captar bons profissionais. O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e, para os melhores talentos, trabalhar numa empresa com boa reputação é um factor determinante.
3. A visão do trabalhador com relação aos colegas
O ambiente de trabalho tem um peso significativo na permanência dos trabalhadores numa empresa. Se o histórico de relacionamento entre colegas for marcado por conflitos, falta de respeito e assédio, um trabalhador pode optar por sair em busca de um ambiente mais saudável.
Em Angola, as empresas que promovem uma cultura organizacional baseada no respeito e na cooperação têm maiores chances de manter os seus talentos e aumentar a produtividade da equipa.
Concluindo, o passado importa, mas não deve ser o único critério de avaliação. Tanto empregadores como trabalhadores devem considerar o potencial de crescimento e a capacidade de adaptação ao longo do tempo. O importante é que haja um equilíbrio entre aprender com o passado e construir um futuro melhor.
O passado de servir deve ser abordado com seriedade, com respeito, de modo a que todas as tomadas de decisões posteriores sejam feitas com o devido acerto entre ambas as partes. Mais importa que o passado, é o futuro do trabalhador e da empresa que dependem exclusivamente do presente.
E você, meu amigo? Já tomou uma decisão baseada no passado? Até quando vai encarar o passado como um bicho de sete cabeças? Partilhe a sua experiência!

Luís Joaquim
Especialista em Gestão e
Desenvolvimento Humano
Faz sentido sim..
Muito Interessante essa abordagem!
Passado importa sim. É de lá donde viemos, é de lá de onde aprendemos para viver o presente com melhorias no futuro.