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“Sou a guardiã da marca corporativa MultiChoice Angola”

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Por Targeting
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Diz ser uma pessoa que nunca se deixou limitar pelos medos desde criança, para o desconforto da sua mãe, e que gosta de desafios. Há 6 anos que ocupa o cargo de Directora para Assuntos Corporativos da Multichoice Angola, sendo responsável pela gestão, protecção e reputação da marca no mercado nacional.

Licenciada em Comunicação Social e Cultural pela Universidade Católica Portuguesa, apaixonada pela educação e pela cultura, Estefânia Sousa é a terceira entrevistada da edição de 2024 da rubrica Elas No Comando, uma rubrica que destaca as mulheres que escolheram o mundo executivo, as mulheres angolanas que lideram departamentos em médias e grandes empresas angolanas ou com operações em Angola.

Fale-nos um pouco si e da sua trajectória académica?

Licenciei-me em Comunicação Social e Cultural na Universidade Católica Portuguesa, na altura com o intuito de seguir a variante cultural. A ideia era, logo a seguir à licenciatura, estagiar 6 meses num museu em Angola, para perceber os desafios e oportunidades e depois regressar para fazer um mestrado em Museologia. Até já tinha “escolhido” a universidade e o curso na Inglaterra.

Mas, uma vez em Angola, pediram-me para enviar o CV para a Coca-Cola Bottling e comecei a trabalhar em Comunicação Institucional, o que me desviou do caminho da cultura, que continua a ser uma grande paixão. 8 anos depois, com uma carreira consolidada, decidi candidatar-me a uma Bolsa da Fullbright e fui 1 ano e meio para Nova Iorque fazer o Mestrado em Educação Comparada e Desenvolvimento Internacional na Teachers College, Columbia University. A educação também é umas das minhas paixões e acredito, tal como o Nelson Mandela, que é “a melhor arma para mudar o mundo”. Foi uma experiência única de humildade e gratificação. Por um lado, já tinha uma carreira profissional consolidada, com um bom salário e fui viver com uma bolsa de estudos que só dava para pagar a renda do apartamento em que tinha de viver para assegurar que a minha filha frequentava a escola daquela zona, portanto tive de me habituar a viver com um orçamento apertado, quase de estudante, o que naquela altura não foi fácil. Por outro, ser exposta a tantas mentes brilhantes e ter de provar o meu valor no seio de tanta gente excepcional foi assustador, mas ao mesmo tempo fez-me reforçar o meu entusiasmo pela educação e o meu optimismo num mundo melhor. Até hoje sigo à distância o percurso de alguns dos meus colegas e não consigo deixar de me sentir sortuda pela experiência e pela oportunidade de ter conhecido tantas pessoas incríveis que, como eu, acreditam num mundo melhor e mais igualitário.

Como chegou na função que ocupa hoje na Multichoice? Foi contratada para o cargo ou foi um caminho dentro da empresa até chegar a Directora para para Assuntos Corporativos?

Fui convidada para ocupar o cargo. Contudo, na altura, apesar de ter formação e experiência na área, nunca tinha tido o cargo de directora, o que acabou por ser um desafio muito interessante. Já não trabalhava exclusivamente em Comunicação Corporativa desde 2019, mas foi um percurso de muito crescimento e aprendizagem.

Hoje, apesar de estar há quase 6 anos na função – o meu record numa empresa à data – a MultiChoice, pela sua natureza, mas também pelos desafios do nosso mercado, é uma empresa em constante mutação e por isso há uma necessidade de estarmos sempre a nos reinventar e a acomodar as mudanças. E nesse sentido é quase como se todos os anos tivesse um novo cargo dentro da função, há um grande trabalho de criatividade e de estratégia para fazer cada vez mais com menos e isso faz com que o trabalho nunca seja monótono.

Quais experiências profissionais anteriores contribuíram significativamente para o seu desenvolvimento como líder nesta área?

Acredito verdadeiramente que todas as nossas experiências, grandes ou pequenas, contribuem para nos moldar enquanto pessoas e consequentemente enquanto profissionais. Por vezes lamento não ter tido um plano de carreira mais sólido no início da minha vida profissional, mas no final do dia penso que teria perdido muitas experiências únicas e o privilégio de mudar em função do meu interesse no projecto e não do cargo ou lugar hierárquico que queria ocupar na instituição.

Foi graças a esse espírito livre que pude trabalhar no sector público e privado e até como freelancer, todas experiências em que cresci e aprendi muito. Porém, se tiver de especificar, diria a Coca-Cola – o meu primeiro emprego e também o primeiro onde trabalhei nesta área; a Ucall onde tive uma maior exposição à liderança a integrei projectos transversais; E, por incrível que pareça, os Pequenos Príncipes onde adquiri muita resiliência e ganhei muita inteligência emocional. No meu processo de crescimento, acho que aprendi mais com os erros do que com os sucessos propriamente ditos. A paciência, o saber negociar com diplomacia, as minhas ideias, aprender a executar tarefas que nem sempre estão 100% alinhadas com os meus ideais, deixar de tornar as críticas profissionais uma crítica pessoal, foram alguns dos aprendizados ao longo destes quase 18 anos de vida profissional. Mas sei que ainda tenho um longo percurso a percorrer para me tornar a líder que quero ser.

Em termos práticos, o que faz uma Directora para Assuntos Corporativos? Como é o dia-a-dia da Estefânia no que tem a ver com as principais responsabilidades nesta função?

Eu sou a guardiã da marca corporativa MultiChoice Angola, fazendo a gestão e protegendo a reputação da nossa marca. O meu trabalho inclui a comunicação externa sobre a marca, desde a elaboração de Comunicados e Notas de Imprensa (que muitas vezes têm de ser aprovados a nível regional e, por conseguinte, há muitas traduções envolvidas), aos talking points das pessoas que podem falar em nome da empresa, a gestão da relação com os Media e a organização e gestão de eventos com parceiros de negócio e stakeholders. Também sou responsável pela coordenação dos projectos de responsabilidade social, sendo a MultiChoice Talent Factory uma das minhas grandes paixões.

Para além disso, é o departamento de Assuntos Corporativos que trata da Comunicação Interna e planeia eventos que ajudam a aumentar o engajamento e motivação dos nossos colaboradores. Tem sido um prazer ajudar a mudar a percepção sobre a nossa marca que, apesar de ser sul africana de origem, é gerida localmente por 99% de colaboradores angolanos e por isso está profundamente enraizada no nosso país há 25 anos.

Estefânia Sousa – Directora para Assuntos Corporativos da Multichoice Angola

É uma função que reporta directamente ao Director Geral?

Sim, o Departamento de Assuntos Corporativos tem uma função de suporte, trabalhando sobretudo com o Director Geral e os Departamentos de Marketing, Regulatório e RH.

Quais são os desafios comuns que enfrenta na sua posição e como os supera?

Um dos principais desafios é, nem sempre podendo influenciar a estratégia da empresa, garantir que esta é percebida pelos diferentes stakeholders, internos e externos e que através da comunicação conseguimos fortalecer a nossa reputação, demonstrar o nosso compromisso em enriquecer as vidas das comunidades em que operamos e trazer mais valor para os nossos clientes.

O meu trabalho passa muito por criar confiança, mudar percepções enraizadas, estar mais próxima e ter um contacto mais engajador com os nossos clientes e estabelecer relações fortes com as partes interessadas, sejam elas instituições governamentais, parceiros das indústrias criativas, parceiros de negócio ou beneficiários das nossas iniciativas de Responsabilidade Social. É um trabalho muito desafiante, mas também muito gratificante, sobretudo num contexto macroeconómico difícil, com uma concorrência forte, o que nos obriga a ser criativos e muito eficientes. Mas, no final do dia, todos estes obstáculos ajudam-nos a estar muito mais focados no impacto daquilo que fazemos ao beneficiário final.

Quais são as suas estratégias para gerir e cultivar relacionamentos com partes interessadas internas e externas?

O segredo é a alma do negócio (risos). Falando mais seriamente, a nossa missão – enriquecer as vidas das comunidades em que operamos – já faz uma boa parte do trabalho. O nosso objectivo é aumentar a compreensão e o conhecimento sobre a nossa marca, dando ênfase ao nosso propósito de criar valor para os nossos clientes e ao nosso compromisso com o desenvolvimento do conteúdo local, para além de termos de fazer uma gestão proactiva dos riscos reputacionais. A DStv Angola é uma empresa inovadora, pioneira e com algumas vantagens competitivas únicas, o que acaba por ajudar o nosso trabalho.

Como lida com situações de crise ou controvérsias no que toca à gestão da reputação da empresa?

Com muita responsabilidade sempre. Temos processos estruturados de gestão de risco e de crise, que têm sempre em conta uma comunicação eficiente e eficaz, focada nos clientes, na segurança das nossas pessoas, no respeito pelas regras de compliance, na confiança e na sustentabilidade do nosso negócio.

Quais são as suas principais metas e prioridades para o futuro neste cargo?

Continuar a demonstrar o valor que trazemos para os nossos clientes, a nossa forte presença e posição enquanto marca angolana e a nossa missão de enriquecer vidas. Fazemo-lo, não apenas através do desenvolvimento de produtos e serviços que tornam o nosso entretenimento imbatível mais acessível para todos os angolanos, mas também com o nosso investimento em conteúdo local, desde que as condições de sustentabilidade da nossa empresa estejam salvaguardadas, quer através de programas locais, quer através da nossa iniciativa de desenvolvimento de talentos na indústria criativa, a MultiChoice Talent Factory – MTF.

Outra das prioridades continua a ser o combate à pirataria. A DStv Angola faz parte dos Parceiros Anti-Pirataria, uma iniciativa Pan-africana que em Angola é coordenada pelo SENADIAC, e, ao lado de outros operadores de Tv por assinatura e instituições públicas e associações de representação de artistas, temos como propósito preservar as histórias africanas respeitando os direitos de autor e educando sobre os malefícios da pirataria nas indústrias criativas em particular, e na economia do nosso país, em geral.

Também sei que temos algumas coisas boas para comunicar e continuar a entreter os nossos subscritores, por isso há sempre um misto de desafios com gratificação nesta função.

Como pode definir “sucesso” na sua função e quais são as suas metas profissionais a longo prazo?

O sucesso para mim, em qualquer área, é sentir-me realizada naquilo que faço, sentir que tenho desafios que me permitem continuar a crescer e ir trabalhar todos os dias com vontade de fazer a diferença. Sendo mulher e mãe, conseguir ter tempo para mim e para a minha família, na azáfama que é o meu dia a dia, é também um sinónimo de sucesso

Em relação ao futuro, continuo com o “bichinho da educação” e sinto que o meu verdadeiro propósito passa por essa trajectória. Ainda não tenho um plano delineado, mas penso que eventualmente irei percorrer esse e ou algo ligado às artes. A minha paixão pelas indústrias culturais tem estado sempre presente e ao pensar numa caminhada de futuro estes dois campos estarão sem dúvida presentes.

Como equilibra as suas responsabilidades profissionais como Diretora para Assuntos Corporativos com a sua vida pessoal e quais estratégias utiliza para manter esse equilíbrio?

A palavra equilíbrio é muito relativa. Estamos sempre com o pêndulo um pouco mais virado para um lado do que para o outro. E temos de saber aceitar isso. Para nós mulheres é mais difícil e mais carregado de culpa, sobretudo em relação aos filhos. Sempre que é possível tento envolver as minhas filhas naquilo que faço e explico-lhes o porquê das fases em que estou menos presente. Nas fases em que o trabalho está mais calmo tento compensar, dando-lhes mais atenção, o que não invalida que perca alguns momentos importantes. Tenho o cuidado, sempre que possível, de passar tempo de qualidade. Se tiver de trabalhar ao fim de semana, o que tento evitar, faço-o nas horas em que estão a dormir, por exemplo, para não prejudicar o tempo que passamos juntas.

Quais são os seus hobbies, interesses ou actividades fora do trabalho que são importantes para si e que contribuem para seu bem-estar pessoal?

O exercício físico é algo que faz parte da minha rotina e me ajuda a aliviar o stress e a ansiedade para além, claro, de melhorar a minha saúde. Quando estava a terminar o mestrado comecei a fazer meditação para combater as insónias e embora não seja tão rigorosa como gostaria, é algo que me ajuda muito em momentos de mais tensão. Gosto muito de ler e estou muito feliz pelo facto de a cena cultural luandense estar tão vibrante, por isso, sempre que posso adiro às exposições e eventos culturais. O cinema também é uma das minhas grandes paixões e embora tenha deixado de ser a consumidora ávida que era na juventude, sou assídua nas sessões do Cine Geração, que está a fazer um excelente trabalho para a promoção do cinema angolano e africano, todas as quintas-feiras. Também desenvolvi uma paixão pelas plantas, que são também uma forma de descomprimir. As minhas filhas acham uma paixão exagerada, pela quantidade, mas um espaço com plantas fica logo diferente.

Há limites para uma mulher como a Estefânia? Porquê?

Estas perguntas estão a ser quase um exercício filosófico que normalmente não costumo fazer (risos). Acho que todos temos as nossas crenças limitadoras e a maior parte dos profissionais tem alguma síndrome de impostor.

Mas sempre fui uma pessoa – desde criança, para desconforto da minha mãe em algumas situações – que nunca se deixou limitar pelos medos. Adoro desafios, adoro o frio na barriga de não saber se serei capaz de fazer algo mas entrego-me sempre de corpo e alma e dou o meu melhor: por conta disso já fiz algumas coisas que nunca pensei que seria capaz de fazer, quer a nível profissional, quer a nível pessoal.

Tenho a sorte de ter uns pais que sempre me apoiaram e sempre me encorajaram a seguir os meus sonhos e, nos momentos em que eu me desanimasse ou ficasse insegura, asseguraram-me que não tinham dúvidas de que seria capaz. Desde ir fazer um curso de francês em Paris, aos 16 anos, sob responsabilidade de uma pessoa que eles não conheciam, a ir viver sozinha para Nova Iorque com a minha filha de 5 anos para estudar numa das mais prestigiada faculdade de educação do mundo ou ser Directora Pedagógica de uma instituição de ensino sem nunca ter trabalhado numa escola. Desde que me identifique com o projecto e sinta que tenho as competências mínimas, vou a medo, mas vou.

Estefânia Sousa – Directora para Assuntos Corporativos da Multichoice Angola

Ser liderada por uma mulher ou por homem? Porquê?

Nunca pensei muito nisso. Acho que há sensibilidades diferentes, uma gestão da inteligência emocional diferente, mas no final do dia prefiro mesmo ser liderada por um bom líder. Tenho mais experiência de líderes homens por isso a minha amostra não é suficiente para dar uma resposta “certa”.

Quais são as suas fontes de inspiração ou modelos a seguir, tanto no âmbito profissional quanto pessoal?

Há tantas mulheres incríveis! Mas, resumidamente, diria Gita Steiner-Khamsi, a coordenadora do mestrado na Teachers College, a “professora temida” por ser muito exigente e um suprassumo de políticas comparativas e governança educativa global, mas que acabei por conhecer relativamente bem depois de ela me convidar para fazer parte de um projecto de consultoria para a Cooperação Suíça quando acabei o mestrado. Tive a oportunidade de fazer parte da equipa de pesquisadores que fez o case study para o projecto, mesmo depois de lhe ter dito que não tinha experiência em monitoria e avaliação, que era o foco do projecto. Foi daqueles casos em que diariamente duvidada da minha capacidade de aportar valor ao projecto, mas quando vi o relatório final impresso percebi não só as competências dela como pesquisadora coordenadora, mas também como me tinha ajudado a desenvolver as minhas durante a duração do projecto, incluindo o trabalho de campo no Burkina Faso.

A Indra Nooyi, ex CEO da Pepsi que fala muito e de forma bem-humorada sobre o mito do equilíbrio vida profissional e pessoal para as mulheres que é sempre muito mais desafiante do que para os homens.

A Brené Brown que me abriu os olhos sobre ser impossível separar o pessoal do profissional.  A forma como gerimos a vulnerabilidade ou a vergonha afectam o nosso desempenho enquanto líderes, e quanto mais cedo percebermos isso melhor preparados estaremos para gerir pessoas.

E, finalmente, a Lizzete Foot, que foi a Directora Regional de Assuntos Corporativos na MultiChoice Africa de 2018 a 2020. Uma líder incrível, muito exigente, mas que nos apoiava muito, com uma capacidade única de nos ouvir e adaptar os desafios às nossas condições de mercado. Só nos apercebíamos do esforço que nos tinha sido pedido depois da tarefa concluída. Tinha sempre um sorriso nos lábios e uma ideia fora da caixa para nos ajudar a concretizar os nossos planos e com uma atenção ao detalhe incrível.

Como se mantém actualizada num campo tão dinâmico como o dos Assuntos Corporativos?

É um facto que é uma área em constante evolução e com o advento das redes sociais acaba por dificultar a nossa tarefa, porque a informação é transmitida de forma muito rápida e é-nos exigida uma resposta igualmente rápida. Mas, ao mesmo tempo, a internet abre-nos portas incríveis e com alguma pesquisa e bastante leitura, conseguimos ter acesso às melhores práticas na área.

Com base na própria experiência académica e profissional, que conselhos daria para mulheres que procuram vingar no mundo corporativo?

Acredito que é útil começar desde cedo a desenhar um plano de carreira. Não tendo de ser específico sobre a função e/ou empresa é importante reflectir sobre a vocação e o caminho que se quer fazer para lá chegar (digo isto com a experiência de alguém que foi sempre movida pelo projecto e não pela direcção a seguir).

Em segundo lugar é importante assegurar que, por mais desmotivada ou insatisfeita que se esteja, enquanto se estiver a trabalhar deve-se dar o melhor, todos os dias, até ao último dia de casa. As novas gerações são mais “egoístas” em relação à sua vida pessoal e estou totalmente de acordo que se dê mais importância à vida pessoal, mas ao mesmo tempo deve-se dar o melhor em tudo o que se faz, e sinto que por vezes, esta nova forma de estar resulta em alguma falta de brio profissional.

Finalmente, apesar de ainda não ser uma prática comum no nosso país, a presença e contacto com mentores e “patrocinadores” pode ser importante não apenas para aconselhar e guiar jovens profissionais, mas também para lhe abrirem certas portas relevantes para o seu caminho.

Fotografias: Joaquim Carlos

Redacção: ola@targeting.ao

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