A startup angolana WiConnect garantiu um financiamento de 2,5 milhões de dólares norte-americanos através de uma ronda com notas conversíveis, liderada por investidores privados. Este é um dos maiores montantes alguma vez captado por uma startup tecnológica no mercado nacional, sobretudo num ano em que, segundo dados do sector, Angola atraiu menos de um milhão de dólares em capital de risco até à data.
A operação coloca a WiConnect como uma das principais referências em inovação tecnológica no país e reforça a presença de Angola no mapa dos fundos internacionais de investimento em startups, num contexto africano ainda largamente dominado por ecossistemas como o da Nigéria, Quénia ou Egipto.
Em declarações públicas, a startup liderada por Paulo Araújo, avança que o financiamento será aplicado na expanção da conectividade em Angola e no reforço da infraestrutura técnica e operacional, garantindo pelo menos um ponto de acesso Wi-Fi gratuito em cada município do país até 2027. Parte do investimento será ainda canalizado para suporte de tesouraria, desenvolvimento de tecnologia e alinhamento com o Plano Estratégico de Inclusão Digital de Angola 2023-2027, aprovado pelo Governo.
“O sucesso não se constrói de forma isolada. Em África, é muitas vezes necessária uma aldeia — e este marco é prova disso. A ronda de investimento agora concluída representa um voto de confiança não apenas na WiConnect, mas no potencial transformador da tecnologia ao serviço das comunidades”, declarou Paulo Araújo, Co-fundador da WiConnect.
A ronda agora fechada marca apenas o início do percurso financeiro traçado pela WiConnect. De acordo com a administração, uma ronda Série A está prevista para o final de 2025, com foco na consolidação da operação nacional, e uma ronda Série B, orientada para a expansão regional e escala tecnológica, deverá ser lançada até 2027.
A visão a longo prazo da empresa passa ainda pela entrada da empresa na BODIVA (Bolsa de Dívida e Valores de Angola), tornando-se, eventualmente, uma das primeiras startups angolanas a ser cotada no mercado de capitais, promovendo maturidade institucional, transparência e acesso a novas fontes de financiamento.
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