O Governo de Angola anunciou oficialmente a venda de 15% das acções do Banco de Fomento Angola (BFA) através de uma Oferta Pública Inicial (IPO) na Bolsa de Luanda. Esta operação faz parte do Programa de Privatizações (PROPRIV), previsto para o período de 2023 a 2026, e visa dinamizar o mercado financeiro angolano.
A acompanhar esta iniciativa, o Banco Português de Investimento (BPI), que actualmente detém 48,1% do capital do BFA, decidiu alienar também 15% da sua participação na mesma oferta. Esta decisão surge em conformidade com a recomendação do Banco Central Europeu (BCE), que desde 2019 tem sugerido ao BPI a redução da sua exposição ao mercado angolano, em linha com a estratégia de ajustamento de riscos.
Com a conclusão desta operação, 30% do capital do BFA estará disponível para negociação na Bolsa de Luanda, alterando a estrutura accionista do banco. A Unitel passará a deter 36,9% das acções, enquanto o BPI verá a sua participação reduzida para 33,1%. Este reequilíbrio de forças entre os principais accionistas assegura a continuidade da influência significativa de ambos no BFA.
A decisão do BPI de vender parte da sua participação também está associada à desvalorização do Kwanza, que levou o banco português a suspender, em 2023, o processo de venda total da sua posição no BFA. Ao optar por uma venda parcial coordenada, o BPI procura evitar o aumento da sua participação relativa, o que poderia contrariar as directrizes do BCE e impor alterações na contabilização dos resultados do BFA pelo banco português.
Redacção: ola@targeting.ao
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