O projecto Nossa Ginga foi oficialmente seleccionado para integrar a programação da 14ª Bienal Internacional de Arquitectura de São Paulo 2025, um dos eventos mais influentes a nível global nas áreas da arquitectura, urbanismo e pensamento sobre os territórios.
O evento, organizado pelo Instituto de Arquitectos do Brasil (IAB-SP), vai decorrer de 18 de Setembro a 19 de Outubro de 2025, no Parque Ibirapuera, em São Paulo – Brasil. Sob o tema “Arquitecturas para um Mundo Quente”, a Bienal desafia criadores e pensadores a imaginar formas resilientes, sustentáveis e sensíveis de habitar o presente e o futuro.
Desenvolvido pela Do Lado B, o Nossa Ginga é o projecto de regeneração, intervenção e activação social e urbana da Rua Rainha Ginga em Luanda. O projecto tem como objectivo principal a recuperação histórica e cultural, o desenvolvimento sócio-ambiental colaborativo e o crescimento económico e auto-sustentável para a melhoria da qualidade de vida de todos os membros da comunidade local. O projecto apresenta-se também como um activo público com a capacidade de atrair investimento, moradores e visitantes através da comunicação e ativação humana, resultando no contínuo progresso da própria localidade.
A particpação na presente edição da Bienal Internacional de Arquitectura de São Paulo é feita com a parceria da TRSFRM/ALMA, que actua na intersecção entre arte, pedagogia e espaço urbano, e com o apoio institucional da Unitel, que reafirma o seu compromisso com o desenvolvimento cultural angolano e a projecção de iniciativas locais em palcos internacionais.
Para os responsáveis do projecto Nossa Ginga, a participação na 14ª Bienal Internacional de Arquitectura de São Paulo representa um momento relevante para a cultura angolana, reforçando o poder das expressões locais como contributos válidos e urgentes para os debates globais sobre cidade, clima e habitar.
Paralelamente, o Nossa Ginga apresentou a sua nova identidade e posicionamento estratégico, assumindo-se como uma plataforma de promoção e desenvolvimento da moda angolana. Esta abordagem combina a valorização cultural, a inclusão social e a criação de oportunidades económicas, numa lógica que ultrapassa o conceito de moda como mera expressão artística.
Segundo os responsáveis, a iniciativa nasce da convicção de que o sector da moda tem potencial para gerar emprego, fomentar o empreendedorismo e contribuir para a diversificação económica do país. Neste sentido, o conceito de “ginga”, associado a movimento, ritmo, elegância e autenticidade, serve de base à identidade visual e narrativa do projecto. A intenção é consolidar esta expressão como símbolo reconhecido dentro e fora de Angola, integrando-a nas tendências globais sem perder a autenticidade local.
O plano estratégico do projecto assenta-se nos eixos de promoção cultural, capacitação profissional, estímulo ao empreendedorismo e internacionalização. Para concretizar estes objectivos, a organização prevê realizar desfiles, feiras, workshops e acções formativas destinadas a estilistas, artesãos, modelos e outros profissionais ligados ao sector.
Além disso, outro pilar fundamental é a criação de um ecossistema colaborativo que ligue criadores, marcas, investidores e consumidores, promovendo parcerias e oportunidades comerciais. A aposta na qualidade e na originalidade é, segundo a Nossa Ginga, essencial para posicionar a moda angolana no mercado global e competir com padrões internacionais.
No campo social, a plataforma pretende incluir jovens talentos e comunidades com menos acesso a oportunidades, promovendo formação, acesso a redes de contacto e negócios sustentáveis. A organização acredita que a moda pode funcionar como catalisador de transformação, tanto económica como social e cultural.
A médio prazo, conclui a empresa, o objectivo é afirmar-se como referência na promoção da moda com identidade angolana, criando pontes entre a tradição e a modernidade e contribuindo para que o país reforce o seu protagonismo no panorama internacional da indústria criativa.
Redacção: ola@targeting.ao