Os CEOs das principais empresas angolanas estão a intensificar a aposta em tecnologia, talento e sustentabilidade, segundo revela o comunicado da KPMG sobre a primeira edição angolana do estudo CEO Outlook 2025. O documento, apresentado pela consultora, reúne dados exclusivamente recolhidos no país, de modo que oferece uma leitura mais precisa sobre o comportamento e as prioridades da liderança corporativa nacional.
Segundo explica a KPMG, os executivos mostram-se disponíveis para rever estratégias, acelerar a transformação digital e reforçar capacidades internas, num ambiente económico e geopolítico descrito como “desafiante”. Apesar da queda da confiança na economia mundial — que atinge 73% dos inquiridos — sabe-se, a partir do estudo, que os líderes mantêm uma visão optimista sobre o desempenho das suas próprias organizações: 87% prevê crescimento e 60% antecipa lucros acima de 2,5% nos próximos três anos.
O comunicado refere ainda que este ciclo de liderança se caracteriza por um pragmatismo reforçado, sustentado por investimento tecnológico, qualificação de talento e ajustamento estratégico. Segundo informa Vítor Ribeirinho, Senior Partner do Cluster KPMG Portugal e Angola, “os líderes empresariais em Angola estão a fazer escolhas estratégicas num ambiente desafiante”, apostando na tecnologia, no upskilling e na sustentabilidade como motores essenciais de competitividade.
De acordo com o comunicado, a inteligência artificial tornou-se o eixo mais relevante da agenda dos CEO: 74% pretende reforçar investimento na área, e 93% espera retorno num prazo máximo de cinco anos. O documento acrescenta que quase metade dos líderes já incorporou IA nos processos operacionais diários, enquanto a maioria estimula a experimentação contínua dentro das equipas.
O estudo também chama atenção para os desafios estruturais. Segundo a KPMG, 87% dos CEO identifica questões éticas como preocupação central na adopção de IA, e igual percentagem aponta a qualidade dos dados como condição indispensável para a escalabilidade tecnológica. O comunicado realça igualmente que a incerteza económica continua no topo das preocupações, de modo que 53% das empresas estão a reforçar a prioridade da resiliência cibernética.
O comunicado destaca uma reconfiguração profunda no mercado de trabalho. O estudo explica que 63% dos líderes considera que a qualificação em IA determinará a prosperidade futura das suas empresas. Além disso, sabe-se que Angola apresenta um dos níveis mais elevados de reconversão interna, com 80% das organizações a deslocar colaboradores de funções tradicionais para funções potenciadas por inteligência artificial.
Paralelamente, segundo revela o documento, o envelhecimento da força laboral surge como desafio concreto: 53% dos CEO mostram preocupação com a reforma de trabalhadores qualificados e com a ausência de substituição técnica imediata.
Na dimensão ESG, de acordo com a KPMG, 54% dos executivos considera que as suas empresas estão no caminho certo para atingir as metas de emissões líquidas zero até 2030. O comunicado identifica como principais barreiras a descarbonização das cadeias de abastecimento (33%) e a falta de competências especializadas (7%).
Além disso, segundo o documento, 73% dos líderes já coloca as exigências de reporte ESG no centro da estratégia de compliance. A consultora destaca ainda que a IA surge como ferramenta importante no apoio à eficiência ambiental, com 87% dos CEO a reconhecerem oportunidades de redução de desperdícios e optimização energética.
Redacção: ola@targeting.ao




