A decisão envolve as unidades criativas e de media da Dentsu fora do Japão, que em 2024 geraram receitas superiores a 4,5 mil milhões de dólares para o conglomerado japonês de publicidade. O processo inclui um levantamento de potenciais compradores conduzido pelos bancos Mitsubishi UFJ Morgan Stanley e Nomura Securities.
Apesar da posição consolidada no mercado japonês, a Dentsu, um dos maiores grupos de agências de publicidade do mundo, tem enfrentado dificuldades em replicar o desempenho internacional, mesmo após a aquisição do grupo britânico Aegis, em 2012, por 3,2 mil milhões de libras. As operações internacionais, incluindo Aegis, Merkle e Tag Group, têm registado resultados abaixo das expectativas, num contexto de contenção orçamental e elevada concorrência.
Para 2025, a empresa reviu em baixa as suas projeções financeiras, estimando uma perda de 3,5 mil milhões de ienes (cerca de 24 milhões de dólares), em contraposição ao lucro de 66 mil milhões de ienes anteriormente previstos. A reestruturação inclui ainda a redução de 3.400 postos de trabalho.
O impacto crescente da inteligência artificial no sector publicitário tem intensificado a pressão sobre os modelos tradicionais de agência. Entre as opções em avaliação estão a venda parcial ou total das operações internacionais, com uma decisão estratégica prevista até ao final do ano.
Analistas consideram que esta movimentação representa uma alteração significativa na estratégia da Dentsu, permitindo-lhe ajustar a presença global face a desafios financeiros e transformações estruturais do sector. A empresa poderá enfrentar pressão adicional de concorrentes de maior dimensão, sobretudo após a fusão das norte-americanas Interpublic Group e Omnicom, que consolidou uma potência global no mercado publicitário.
Redacção: ola@targeting.ao