A Meta anunciou esta segunda-feira (16) uma reformulação significativa no WhatsApp, com o lançamento de três novas funcionalidades na secção Atualizações, onde estão os Estados e os Canais.
A principal alteração passa pela introdução de anúncios entre os estados, uma funcionalidade que já não surpreende nos ecossistemas da Meta, (como já acontece com o Facebook, Instagram e o Threads, por exemplo), mas que representa uma mudança histórica para o aplicativo de mensagens. A publicidade estará confinada à secção “Actualizações, garantindo que as conversas privadas continuam sem anúncios e com encriptação ponta-a-ponta.
Em comunicado, a Meta frisa que os anúncios serão segmentados com base em dados limitados, como país, idioma, cidade ou canais seguidos, sem recorrer a mensagens nem chamadas pessoais. Esta decisão acompanha uma estratégia do grupo para monetizar áreas até aqui livres de publicidade, capturando a atenção de mais de 1,5 mil milhões de utilizadores que diariamente utilizam esta secção.
Outra novidade relevante é a introdução de subscrições pagas para acessar conteúdo exclusivo via canais, bem como a opção de promoção patrocinada de canais, que permitirá a certos administradores realçar os seus conteúdos. Inicialmente, a Meta não vai cobrar comissões sobre estas subscrições, medida que poderá ser revista num futuro próximo.
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Segundo analistas, trata-se da monetização mais significativa da história do WhatsApp, concebida para reforçar o posicionamento do aplicativo como “o próximo grande pilar de negócio da Meta”, seguindo o sucesso já demonstrado pelo Instagram e Facebook .
Estimativas apontam para uma receita anual potencial na ordem dos 10 mil milhões de dólares até 2028, caso se mantenha uma média de 6 dólares por utilizador diário. No entanto, a decisão marca uma viragem estratégica e implica um risco reputacional — depois de, em 2014, os fundadores do WhatsApp defenderem um modelo “sem anúncios, sem jogos e sem truques”.
A implementação deve ocorrer gradualmente ao longo dos próximos meses, sendo possível desactivar a secção “Actualizações” nas definições para quem preferir evitar os anúncios. Importa também destacar que, mesmo com a introdução da publicidade, a Meta garante que a encriptação ponta-a-ponta de mensagens, chamadas e estados permanece intacta.
A imprensa internacional, como o Financial Times, já travou há meses negociações sobre esta temática, tema que o CEO do WhatsApp, Will Cathcart, recusou na altura. Agora, porém, o plano concretizou-se, integrando características comuns nos “super‑apps” asiáticos, como o WeChat.
Redacção: ola@targeting.ao