De acordo com dados compilados pela RationalFX, tendo como base informações do TrueUp, TechCrunch e Layoffs.fyi, a Intel destacou-se como a líder desta lista pouco invejável, com 21.780 demissões. Seguem-se a japonesa Panasonic, com 10.000 cortes, e a americana Microsoft, com 8.840.
Desde o início de 2025, o sector global de tecnologia enfrenta uma onda avassaladora de demissões. Foram contabilizados 90.471 cortes de postos de trabalho, com as empresas a redobrarem os esforços de redução de pessoal e contenção de custos. As empresas sediadas nos Estados Unidos lideram a tendência, com um total de 65.545 despedimentos, correspondendo a cerca de 72,5% do total global.
As causas para esta onda de despedimentos são múltiplas. A incerteza económica global, as taxas de juro elevadas e a transformação acelerada provocada pela automação e pela inteligência artificial estão a reconfigurar o mercado de trabalho. Funções antes consideradas essenciais estão a desaparecer, à medida que as empresas tentam adaptar-se e garantir sustentabilidade financeira. Se a tendência se mantiver, é esperado que o número total de despedimentos no sector tecnológico ultrapasse a cifra de 235.000 até ao final do ano.

A Panasonic, conglomerado japonês, anunciou recentemente uma redução de 4% na sua força de trabalho, afectando 10.000 colaboradores em todo o mundo, numa tentativa de aumentar a rentabilidade e optimizar operações. Já a sueca Northvolt, fabricante de baterias, enfrenta dificuldades financeiras e anunciou o corte de 3.000 empregos, cerca de metade da sua força de trabalho. Outros países onde foram registados despedimentos significativos no sector incluem Suíça, Índia, Indonésia e Reino Unido.
A Intel, após despedir 15.000 trabalhadores em 2024, anunciou novos cortes este ano. Embora a empresa não tenha confirmado oficialmente o número, especula-se que a redução possa chegar a 21.780 empregos, o que representaria cerca de 20% da sua força de trabalho. Esta decisão surge num contexto de prejuízo líquido de 821 milhões de dólares no primeiro trimestre e após a nomeação de um novo CEO.
A Microsoft também protagonizou cortes em duas fases distintas este ano: a primeira afectou cerca de 2.000 trabalhadores (1% da força de trabalho), e a segunda, aproximadamente 6.840 (cerca de 3%). A Meta reduziu o seu quadro de funcionários ao longo de 2025, com destaque para os 100 cortes na unidade de realidade aumentada e virtual, Reality Labs. No total, a empresa de Mark Zuckerberg dispensou 3.720 trabalhadores este ano.
A STMicroelectronics, fabricante de semicondutores com operações na França e na Itália, anunciou planos para cortar 3.000 postos de trabalho até 2027. Contudo, pressões dos governos francês e italiano, que detêm juntos 27,5% da empresa, procuram limitar o impacto para 1.000 despedimentos em cada país.
A Northvolt, fundada para reduzir a dependência europeia de fornecedores asiáticos de baterias, enfrenta uma conjuntura difícil. A empresa sueca planeia cortar 3.000 dos seus 6.500 colaboradores, procurando garantir a sobrevivência num mercado global competitivo e altamente concentrado na Ásia.

Redacção: ola@targeting.ao