O mais recente relatório da Dentsu, intitulado Human Truths in the Algorithmic Era, revela que três comportamentos humanos fundamentais, a saber, a simplicidade, a sociabilidade e a atenção, vão orientar a evolução dos meios de comunicação e das estratégias de marketing em 2026.
Num contexto cada vez mais dominado por algoritmos, inteligência artificial e automação, o estudo evidencia que estas “verdades humanas” permanecem constantes e devem guiar as marcas que pretendem destacar-se num ambiente saturado e competitivo.
A simplicidade surge como resposta à complexidade crescente das experiências digitais, pois, apesar da sofisticação tecnológica, os consumidores continuam a valorizar eficiência e clareza. Por isso, as marcas são encorajadas a desenhar experiências intuitivas, desde a pesquisa de conteúdos até à navegação e interacção, de modo a combinar conveniência e emoção, ou seja, eficiência sem perder o apelo emocional.
De igual forma, a sociabilidade mantém-se como um elemento central. A Dentsu refere que, mesmo num ambiente digital orientado por algoritmos, a conexão humana continua essencial. Comunidades, fandoms, criadores de conteúdo e espaços de discussão online assumem papel determinante na construção de cultura e influência, de modo que as marcas que promovem interacção autêntica, experiências colectivas e proximidade directa com os consumidores conseguem aumentar envolvimento e fidelização.
Já a atenção é destacada como recurso mais valioso no marketing contemporâneo. Com consumidores expostos a múltiplos estímulos, a saturação reduz a eficácia das mensagens tradicionais. Nesse sentido, o relatório recomenda priorizar a qualidade em detrimento da quantidade, aproveitar audiências geradas por inteligência artificial e investir em formatos inovadores de vídeo, como docuseries, gaming, anime ou microdramas, para captar atenção e gerar impacto real de marca.
O estudo evidencia ainda que os meios de comunicação deixaram de ser meros canais de difusão e passaram a actuar como motores de crescimento que integram criatividade, cultura e comércio. Ao usar os meios como um “flywheel”, ciclo que conecta a narrativa da marca à experiência do consumidor, as empresas conseguem liderar proativamente em vez de apenas reagir às mudanças da era dos algoritmos, o que implica repensar investimentos, formatos e métricas de sucesso.
Face à crescente presença da inteligência artificial na curadoria de conteúdos e no comportamento de consumo, o desafio das marcas passa por equilibrar automação e autenticidade. Assim, é fundamental que as estratégias contemplem o desejo por experiências simples mas significativas, a necessidade de conexão humana e o valor da atenção genuína. As empresas que conseguirem gerir este equilíbrio estarão mais bem posicionadas para impactar e fidelizar as suas audiências em 2026.
Redacção: ola@targeting.ao





