A sul-africana Shoprite Holdings, um dos maiores retalhista de alimentar do continente, vai encerrar operações no Gana e no Malawi, uma decisão que representa a sétima saída de mercados africanos na última década e confirma uma mudança estratégica, com menos dispersão geográfica e mais foco no mercado doméstico.
A empresa, que enfrenta há anos condições comerciais adversas fora da África do Sul, assinou a 6 de Junho um acordo para a venda das cinco lojas da marca Shoprite no Malawi à Karson Investment Trust. O negócio ainda depende da aprovação da Comissão de Concorrência e Comércio Justo e do Banco Central do Malawi. Já no Gana, a Shoprite recebeu uma proposta vinculativa para a compra das suas sete lojas e de um centro de distribuição, transacção que considera “altamente provável” de ser concluída.
As saídas somam-se às já concretizadas na Nigéria, Quénia, República Democrática do Congo, Uganda e Madagáscar. Em todos estes casos, a combinação de inflação elevada, volatilidade cambial e ambientes regulatórios complexos minou a rentabilidade.
Apesar do recuo geográfico, a Shoprite mantém expectativas de crescimento nas operações domésticas. Para o exercício fiscal terminado a 29 de Junho de 2025, prevê um aumento do lucro por acção (HEPS) entre 9,4% e 19,4%, face aos 11,85 rands registados no ano anterior. As vendas do grupo deverão crescer 8,9%, para 252,7 mil milhões de rands (cerca de 14 mil milhões de dólares).
Segundo analistas, os desinvestimentos recentes confirmam que a prioridade passa agora por proteger margens e reforçar a posição no mercado sul-africano, onde a retalhista tem conseguido resultados mais consistentes.
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