A MOVE.24, conferência internacional de liderança, pretendeu inspirar e mobilizar líderes de todos os sectores na construção de um futuro mais próspero para Angola. Sob o lema “+ Longe – Um só povo, uma só nação”, a MOVE decorreu no passado sábado, 12 de outubro, no Centro de Conferências de Belas, em Luanda.
Já parou para reflectir sobre “em que mesas o seu nome e a sua marca serão mencionados?” A profunda analogia trazida por Dardano Santos destacou a “mesa” como um símbolo, não no sentido literal, mas como uma metáfora para a nossa carreira ou o legado que pretendemos deixar, abrangendo sonhos, restauração, aliança, intimidade e a forma como servimos os outros.
Muitos de nós não tínhamos considerado essa perspectiva até então. Como referiu o fundador da Move, “Mais do que um evento, a Move é uma restauração”. Que maneira inspiradora de dar início ao tão aguardado evento!
Na sequência, Lilhan Barbosa foi “+ longe” ao aprofundar o tema “Futuro em 2030 – o despertar da consciência”: como será o mundo até lá? Para a economista e defensora de soluções sustentáveis, estas são as “megatendências” que deverão nortear o mundo em 2030: “mudanças demográficas, urbanização, um mundo mais transparente, crise climática, pressões sobre recursos, tecnologia – parceira ou ameaça, tecnologia limpa e políticas globais”.
Além disso, até ao ano de 2030, Lilhan prevê um maior questionamento do modelo económico actual; a Inteligência Artificial consumirá mais da metade da energia utilizada num ano, um número equivalente ao da população do Reino Unido, e, como consequência, aproximadamente 1 bilhão de pessoas viverão em áreas com escassez de água. A população, motivada pelas mudanças climáticas, aumentará a inovação social.
Por outro lado, Lilhan chamou a atenção para o despertar da consciência, apontando três princípios para preservarmos a vida, alinhando os nossos valores e acções humanas, nomeadamente: o princípio do menos, para garantir a sustentabilidade; o princípio do mais, para nos reaproximarmos do mundo natural; e o princípio da consciência na compra e no consumo de produtos e bens.
Mas o que adianta anteciparmos o nosso futuro quando desconhecemos as nossas “Raízes, a nossa essência”? Afinal, segundo Venâncio Vicente, na sua intervenção, “quem não sabe de onde vem, não saberá para onde vai”. O palestrante motivacional desafiou o público a fazer uma viagem ao passado para entender sua essência, para então apenas rumar às origens “+ longe”.
Já para as marcas, “+ Longe” engloba a percepção, a experiência e a experiência que os consumidores têm com o produto ou empresa. O poder de uma marca para uma nação reside na sua capacidade de projectar uma identidade forte, inspirar confiança e gerar valor tanto no contexto interno quanto internacional. Isto é, segundo a intervenção da CEO da Bee Executive, Isabel Fernandes, “Brand voice – a voz de uma marca”.
É preciso “reconstruirmos as nossas verdades”, caso queiramos alcançar o “Pensamento Lateral”, disse Teodoro Fernandes durante a sua intervenção. É necessário conhecer o histórico antes de entender como pensar na solução, segundo Teodoro.
Problemas que assolam a nossa sociedade, como a corrupção ou a presença de pessoas erradas nos lugares de liderança, condicionam o pensamento lateral. Isto está relaccionado com três premissas: a tensão de pensamento, o pensar fora da caixa e a moralização da sociedade. Este exercício nos exerce a “aprender a amar Angola”, como fundamenta Teodoro, afirmando que “+ Longe” e “um só povo, uma só nação” significam “amarmos mais Angola do que os estrangeiros”.
Independentemente do que fazemos para ir “+ Longe”, não conseguimos se não nos dermos o devido valor à vida, e tudo parte da nossa compreensão sobre a função do nosso cérebro nesse contexto. Noelma Viegas D’Abreu fundamentou esta ideia durante a sua intervenção: “O nosso cérebro funciona para nos ajudar a viver; é responsável por estarmos vivos, por reflectir e por integrar tudo”.
A PCA da Academia BAI teceu alguns pontos interligados ao valor da vida: “Fale mais com os seus filhos, namore, tenha um encontro com o seu envolvimento sem telefone, leia Adam Smith (ou seja, um livro), sorria (com conhecidos ou inimigos) e seja bom para os seus pais”.
A MOVE.24 foi, sem dúvida, um marco importante para Angola, inspirando os participantes a pensar mais longe, a agir em prol do bem comum e a construir um futuro mais unido e próspero.