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As agências e as suas estratégias de actuação para 2024

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À medida que 2023 caminha rapidamente para a recta final, as empresas procuram planear as acções para o próximo ano. Decisões estratégicas e questões operacionais são levadas em conta em vários segmentos e, naturalmente, as empresas dos sectores da comunicação, marketing e publicidade não ficam alheias a estas abordagens. 

Apesar da existência de factores de várias ordens (económica, social, política…) e que podem atrapalhar o sucesso das acções empresariais, desde cedo que estas mesmas empresas perceberam que planear é a forma mais segura de garantir uma execução que garanta o mínimo de viabilidade. O cenário é mais incerto quando questões de ordem económica afectam as várias indústrias, reduzindo a capacidade de investimento dos principais clientes e, que por fim, afectam o crescimento dos sectores em muitos aspectos.

Com o objectivo de compreender como as empresas do sector definem as suas estratégias de actuação para 2024, o TARGETING abordou os executivos de algumas das principais agências, estúdios ou produtoras de comunicação, marketing, publicidade do mercado nacional que prontamente responderam às questões abaixo:

José Marçal, DG da Equador Marketing e Publicidade

Quais áreas ou serviços a vossa agência entende serem importantes para o negócio e que consequentemente merecerão mais atenção em 2024?

A nossa principal aérea de serviço continua a ser o Branding (a criação e a estratégia de marcas) é o nosso ADN e iremos mantê-lo em 2024. Trabalhamos diferentes áreas no sector da comunicação dando especial atenção a todas elas, mas é aqui que queremos manter o nosso foco. Acreditamos que uma base bem contruída na criação de uma marca promove o sucesso nas restantes áreas.

Qual será a estratégia de contratação e de retenção do capital humano? Estará relacionada com as áreas em que a vossa agência pretende investir mais em 2024?

Contratamos mediante os clientes e projectos que temos em curso, mesmo em anos que alguma turbulência na nossa economia não nos inibiu de reforçar a equipa quando necessário. Apostamos na capacitação dos nossos recursos com formações On job e mesmo contratando parceiros externos.

Como a agência se prepara para enfrentar um ano que pode continuar a trazer algum abrandar na capacidade de investimento dos clientes?

Começámos já no início deste 2ª semestre a perspetivar 2024, olhando para as nossas necessidades versus os projectos e acordo que temos firmado com os clientes. Houve uma análise criteriosa a nível dos equipamentos e ferramentas de trabalho que só fazemos investimento em caso de uma necessidade extrema. Sabemos que será um ano difícil para todos, mas temos o empenho e a vontade de nos firmar no mercado mesmo com as contrariedades que possam surgir.

Em resumo, estamos preparados para enfrentar um possível abrandamento na capacidade de investimento dos clientes, estamos comprometidos em ajudar os clientes a enfrentar os desafios que se avizinham e alcançar os seus objectivos mesmo em tempos incertos.

Na vossa visão, quais serão as grandes mudanças que podem impactar directamente o sector em 2024 e não só?

Factores económicos e geopolíticos, como a retração da economia e a desvalorização da moeda, podem continuar a impactar o sector empresarial em Angola e em outros países. Desta forma, as empresas precisarão se adaptar a essas condições e desenvolver estratégias para mitigar riscos. Acreditamos que as empresas podem apostar na redução da comunicação, seja ela por meios digitais ou físicos.

Alexandra Lopes, DG da YoungNetwork Angola e Moçambique

Quais áreas ou serviços a vossa agência entende serem importantes para o negócio e que consequentemente merecerão mais atenção em 2024?

Considerando a situação económica em Angola e projectando para o ano de 2024, existem algumas áreas e serviços que a Youngnetwork Angola entende como importantes e que merecerão mais atenção.

Nomeámos algumas áreas às quais, devido ao rápido crescimento do mercado, e acompanhando tendências internacionais, serão o nosso foco: Digital, Marketing de Conteúdo, Comunicação Interna, Relações Públicas, Sustentabilidade e Responsabilidade Social. Por último, existe uma outra área que, apesar de existir há muito tempo, poucas são as empresas que lhe prestam atenção, mas que consideramos nós muito mais relevante para o mercado do que alguma vez o foi: Estudos de Mercado. Compreender as necessidades e desejos do seu público-alvo é fundamental para o sucesso de qualquer empresa. Fornecer serviços de sondagens, análise da concorrência (benchmarking) e estatística de consumo, ajudarão as empresas a tomar decisões estratégicas mais informadas em 2024. Esta é uma área em que a Youngnetwork irá avançar em 2024 com uma parceria já em negociação.

Ainda assim, e como agência de marketing e comunicação no mercado local desde 2009, a Youngnetwork Angola continuará também a apostar na área da criatividade, de forma transversal a todos os projectos. Só a criatividade acrescenta valor a todas as áreas que mencionámos, e é a nossa maior diferenciação que oferecemos aos nossos clientes. Criatividade, integração e coerência sempre foram as grandes apostas do Grupo Youngnetwork.

O esforço para construir equipas multidisciplinares que vão desde o design à produção gráfica, tem sido um caminho que nos tem aberto portas e mantido a nossa posição no mercado. Em 2024 haverá certamente várias novidades em todas estas áreas. É importante acompanhar as tendências do mercado e adaptarmo-nos às necessidades, em constante mudança, das empresas para que o conjunto de serviços que oferecemos sejam realmente relevantes e eficazes.

Qual será a estratégia de contratação e de retenção do capital humano? Estará relacionada com as áreas em que a vossa agência pretende investir mais em 2024?

A Youngnetwork tem, desde sempre, uma estratégia de contratação e consequente retenção de capital humano alicerçada no acompanhamento e formação que dedica a cada uma das pessoas que contrata.

Cada pessoa é um ser único e há que entender as necessidades para promover a sua evolução, até no âmbito profissional e pessoal. Angola tem mão-de-obra muito jovem, o que fundamenta a nossa estratégia de recursos humanos. Promovemos uma política de comunicação transparente entre direcções e equipas, promovendo o feedback constante e partilha de ideias entre todos – para nós, o verdadeiro trabalho de equipa. Nem sempre é fácil, e é, certamente, muito trabalhoso, mas consideramos o saldo muito positivo – quem fica, veste de facto a camisola, e iremos continuar nesta nossa missão. Tendo em atenção as áreas que irão merecer mais investimento durante o ano de 2024, o desafio é maior porque temos a noção que a formação será o essencial para fazer crescer e reter a equipa. Angola ainda está longe de ter formação de qualidade em muitas destas áreas de actuação, e entendemos nós que também compete às empresas este papel: ensinar, especializar, motivar e reter, para que o que apresentamos aos nossos clientes seja exequível, sustentado e com qualidade.

Como a agência se prepara para enfrentar um ano que pode continuar a trazer algum abrandar na capacidade de investimento dos clientes?

O abrandamento económico em Angola é uma realidade, mas não é uma novidade. É obvio que há a preocupação em manter a sustentabilidade financeira e humana da empresa, até porque destas dependem, de forma directa e indirecta, muitas outras pessoas.

Preparar um futuro em crise ou com uma grande instabilidade económica tem sido um desafio ao longo dos anos: 2024 não será excepção. A nossa política de foco no relacionamento com o cliente tem vindo a ser compensatória. E é durante os períodos de incerteza económica que os clientes mais necessitam de nós, como veículo entre as empresas/marcas e os seus públicos; optámos sempre por ser parceiros, ao invés de fornecedores de serviços de comunicação, e este posicionamento leva-nos a adequarmos as nossas propostas ao momento da economia nacional e aos orçamentos dos nossos clientes, sem comprometer a mensagem. Faz parte do nosso ADN, tem sido assim ao longo dos anos. Paralelamente, temos vindo a apostar, cada vez mais, na diversificação dos nossos serviços.

Na vossa visão, quais serão as grandes mudanças que podem impactar directamente o sector em 2024 e não só?

É importante ressalvar que as previsões económicas são sempre sujeitas a incertezas e podem variar ao longo do tempo. No entanto, com base nas informações que temos disponíveis até o momento, algumas das grandes mudanças económicas em Angola podem influenciar diretamente o sector da Comunicação & Marketing em 2024. Pensamos que nem todas negativamente, e que o sucesso dependerá muito da forma como as agências conseguirão ser ágeis e dinâmicas para enfrentar o futuro.

Sabemos que a diversificação económicaé uma realidade, Angola tenta reduzir a sua dependência do sector petrolífero. Isso pode resultar num impulso para outros sectores de actividade. Essa diversificação pode abrir novas oportunidades para o nosso sector, que terá de entender e adaptar-se por forma a responder às especificidades desses sectores emergentes.

Dentro da digitalização e expansão da conectividade, espera-se que Angola continue a investir em infraestruturas digitais e a expandir o acesso à internet em todo o país. Consequentemente, este desenvolvimento potenciará a presença da economia no ambiente digital, onde o conteúdo e a imagem reinam. Ao contrário da comunicação física, a comunicação no digital tem a capacidade de ir além-fronteiras, que é algo que Angola também procura.

Por outro lado, Angola tem procurado atrair investimento estrangeiro que impulsione o seu crescimento económico e diversificação. Este tipo de investimento traz novas marcas e empresas para o país, que precisam sempre de suporte na adequação local da sua comunicação. A adequação das suas estratégias e planos de comunicação são cruciais na penetração do mercado angolano, com impacto directo nos resultados esperados.

Na nossa perspetiva, estes serão alguns dos factores com repercussão directa no sector da Comunicação e do Marketing em Angola, num futuro próximo. É essencial estar atento às tendências nos mais variados quadrantes, que estão em constante evolução, e adaptar as estratégias de acordo com as necessidades que esta evolução traz consigo.

André Cardiga, Fundador e Director Geral da Papaya Creative Studio

Quais áreas ou serviços a vossa agência entende serem importantes para o negócio e que consequentemente merecerão mais atenção em 2024?

A nossa actividade está centrada no Marketing Digital e na Gestão de Activos Digitais. Em 2024, prevemos a contínua aposta nas várias áreas de produção interna que temos, complementares ao nosso core business. Somos uma agência com capacidade de produção interna em várias disciplinas criativas, como áudio, vídeo, performance, marketing e outros.

Qual será a estratégia de contratação e de retenção do capital humano? Estará relacionada com as áreas em que a vossa agência pretende investir mais em 2024?

A nossa estratégia de contratação continuará a ser a mesma, apostando em quadros jovens angolanos e tentando retê-los pela cultura empresarial, na sua formação contínua e outras iniciativas que promovam o bem-estar de todos.

Como a agência se prepara para enfrentar um ano que pode continuar a trazer algum abrandar na capacidade de investimento dos clientes?

A nossa condição enquanto agência de menor dimensão, obriga-nos a pensar em como conseguir assegurar clientes com um serviço completo de comunicação, e com resultados práticos para os seus negócios. Vamos continuar a elevar os standards e acreditar que os clientes tenham percepção do valor associado ao nosso serviço. Vivemos um momento difícil no sector, mas vamos continuar a trabalhar com foco em gerar valor e ser um player importante para o sector criativo em Angola.

Na vossa visão, quais serão as grandes mudanças que podem impactar directamente o sector em 2024 e não só?

Existem inúmeros factores que podem funcionar a favor ou contra as empresas, infelizmente vivemos num mercado muito volátil. Cabe-nos a nós, gestores, encontrar estratégias eficazes e criativas para potenciar o negócio e segurar oportunidades que por vezes nem nos melhores momentos aparecem. É preciso manter o optimismo e acreditar que o sucesso de um negócio não está apenas ligado à componente financeira, e em anos como estes, temos/ podemos consolidar e trabalhar na construção da cultura da empresa e preparação para os anos seguintes.

Redacção: ola@targeting.ao

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