A confiança é um dos activos mais valiosos para qualquer organização. Marcas que comunicam de forma transparente e verdadeira conseguem desenvolver uma relacção sólida com os seus consumidores.
No mundo corporativo actual, a comunicação não é apenas uma ferramenta para transmitir informações; ela se tornou uma peça fundamental na construção de credibilidade, reputação e, em última instância, no sucesso de uma empresa. No entanto, esta mesma comunicação precisa ser pautada por princípios éticos firmes, com transparência e verdade no centro de todas as suas interacções.
A adopção de uma comunicação ética tem impactado positivamente as marcas nacionais. A Refriango tem se destacado ao longo dos anos pela sua comunicação aberta, especialmente no que diz respeito à Responsabilidade Social Corporativa. Através de campanhas diversificadas e o apoio a projectos educacionais e de saúde, a empresa conseguiu consolidar a sua imagem como uma marca que se preocupa com o desenvolvimento do país.
A responsabilidade e a prestação de contas também são aspectos cruciais de uma comunicação ética. Outro exemplo que posso aqui destacar é a NOSSA Seguros, que apresentou em conferência de imprensa o seu crescimento de 23% dos Prémios Brutos Emitidos (PBEs), reafirmando-se líder de mercado, adaptada a um ambiente económico desafiante e oferecendo soluções que satisfazem as necessidades dos seus clientes.
Por outro lado, a falta de ética na comunicação pode ter consequências devastadoras. O escândalo da “Odebrecht” é um exemplo claro de como a falta de transparência pode destruir a reputação de uma empresa. Embora o impacto directo sobre a marca no mercado angolano não tenha sido tão amplamente divulgado como em outros países, a associação com a corrupção afectou negativamente a imagem da empresa a nível global e também trouxe questões sobre a integridade das relações comerciais em Angola. O rebranding foi a alternativa encontrada para o distanciamento do seu passado conturbado.
Em conclusão, a ética na comunicação, com foco na transparência e na verdade, não é apenas uma questão de princípios, mas uma estratégia de sucesso corporativo. Marcas que adoptam estas práticas colhem benefícios duradouros, como a confiança, reputação positiva e fidelidade. Por outro lado, a falta de ética e transparência pode levar a crises devastadoras e à má performance das empresas.
Assim, deixo o convite para que os líderes empresariais revisem as suas práticas de comunicação, reconhecendo que a ética não é apenas um imperativo moral, mas também um caminho para o sucesso a longo prazo.
Rosema Matias
Gestora de Comunicação e Parcerias da Angola Cables